Estava indo novamente para a UFABC. Não para estudar ou rever amigos, mas sim para trancar minha matrícula.
Como foi longa e penosa aquela subida de todos os dias da rua da igreja da matriz. Aliás, a praça da igreja estava sendo reformada, então parecia que eu havia viajado no tempo.
Parece clichê, mas comecei a ter um monte de flashbacks de momentos passados ali por aquele caminho. Sensação estranha de que poderia encontrar uma pessoa conhecida a qualquer momento.
Entrei na faculdade e fui direto para a secretaria. A moça de lá disse que antes de trancar eu precisaria ir até a biblioteca pegar um comprovante de que não estava com pendência de livro algum. Assim o fiz. Na volta, a moça perguntou se eu queria trancar ou cancelar a matrícula. Disse “trancar”. Mas comecei a ter milhões de pensamentos e fiquei encarando a folha que eu deveria assinar por longos segundos. Olhei para a moça e disse que queria cancelar mesmo, assim eu acabaria com a possibilidade (e com as milhões de dúvidas) de voltar pra UFABC.
Enquanto eu assinava o termo de cancelamento, tive a impressão - quase certeza - de ter ouvido as vozes da Deyse e da Luana conversando atrás de mim. Por puro capricho decidi que só iria olhar para trás quando terminasse de assinar. Quando terminei - a essa altura minha matrícula já estava cancelada - olhei para trás. Não vi (nem ouvi) ninguém.
No termo de cancelamento dizia que eu deveria devolver a carteirinha, mas a moça da secretaria nem falou nada, então guardei a carteirinha comigo. Como lembrança, talvez.
Fui ao banheiro e depois ao bebedouro. Meio que como uma tentativa desesperada de encontrar alguém conhecido. Não encontrei ninguém.
Já perto da saída, tive a impressão - quase certeza - de ter visto a Jennifer conversando com outra pessoa. Mas ao chegar perto só cheguei à conclusão - agora certeza - de que era só uma menina muito parecida com ela. Me deu um aperto forte no coração essa cena.
Ainda naquela manhã eu fui trocar um mp3 que havia comprado e que estava com defeito. A mulher que tinha me vendido não havia chegado ainda. Enquanto a esperava, comprei uma água de coco e sentei-me à praça. Mandei sms’s quase que melancólicas para todos - acho que todos - da ufabc que eu tinha na agenda do celular. Só a Jennifer me respondeu.
Troquei o mp3. Peguei meu ônibus de regresso a São Caetano do Sul. Minha história na ufabc estava oficialmente chegando ao seu final.
Finalmente.
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