terça-feira, 8 de novembro de 2011

Foi épico.

Foi épico. Foi foda. Foi do caralho.

Domingo, 6 de novembro de 2011.

Talvez tenha sido minha melhor apresentação de teatro até hoje. Pensando bem, com certeza foi. Não que isso queria dizer alguma coisa já que até mastro do circo eu fui uma vez. Mesmo com os erros, aparentemente perceptíveis somente a quem presenciou os ensaios, foi ótimo.

Era a apresentação da Oficina de Comédia do Viva Arte Viva. Oficina que desde o começo sempre me empolgou (tanto é que nunca faltei) e que criou muitas expectativas pessoais quanto à apresentação final. Entretanto, chegando à reta final de montar a apresentação, fiquei muito decepcionado. Tudo estava aquém do esperado e confesso que também fiquei chateado por ter uma participação mínima em cena. Inclusive duas propostas minhas para a cena da avareza foram rejeitadas pelo professor e o tema acabou excluído da peça. O jeito era não chamar ninguém pra assistir. A apresentação que achei que seria a melhor acabou se tornando a pior.

No último ensaio, antes do domingo da apresentação, uma quarta-feira, o garoto que ia fazer o papel de diabo (uma espécie de pseudo-principal) faltou. Os professores pediram que eu cobrisse as falas dele pro ensaio acontecer. Porém, ao final do ensaio, o professor cravou que o papel ia ser meu na apresentação mesmo que o menino aparecesse no domingo.

Uma virada de mesa muita rápida. Tinha menos de quatro dias pra me preparar. E fiquei muito nervoso, fiquei com pseudo-febre, pseudo-dores em todo o corpo. Todas as frescuras de quando se está preocupado com algo.

Pra piorar o drama, eu não sabia as sequências exatas das cenas da apresentação. (O papel do diabo no caso era entrar entre as cenas anunciando as demais). Ou seja, só fui saber o roteiro das cenas no domingo faltando menos de três horas pra apresentação. Pelo menos já havia preparado algumas piadas em casa pra mostrar no ensaio. O primeiro ensaio com muitos erros me deixou aflito. O segundo (e último) ensaio teve menos erros, mas mesmo assim não me transmitiu a confiança desejada. Mas não havia mais tempo, ia ser do jeito que estava e que Deus me ajudasse (mesmo eu fazendo o papel de diabo né). Pelo menos o pessoal da minha e da outra turma gostou da minha atuação (se existem "marias-chuteiras", descobri que também existem as "marias-comédias" na prática). Pra ajudar, minha garganta começou a doer graças ao falsete de voz dos ensaios. Tanto é que fiz questão de não elevar a voz na hora do grito de guerra antes da peça. Estava concentrado.

E a apresentação foi um sucesso de risadas do público.

Claro que tinha mais drama pessoal, já que havia errado o anúncio de uma cena e um mini caos se instaurou entre os colegas na coxia. Por sorte, a Melissa (uma das professoras) estava lá para ajudar. Tive de me recuperar emocionalmente em pouco tempo pra voltar a sequência das coisas. E foi o que aconteceu, improvisos a parte.

Na hora do debate com os atores, algumas das pessoas da platéia elogiaram a performance do diabo. Inclusive uma menininha disse que queria parabenizar o “capetinha”. Depois, perto do camarim, uma menina (não sei se a mesma que me elogiou) veio me abraçar e perguntar de onde eu tinha tirado uma das piadas. Luiza, que estava ao meu lado nessa hora, apontou pra minha cabeça.

Na saída, várias pessoas vieram me parabenizar. Meus amigos que foram assistir, a família da Luiza e até mesmo estranhos.
Inclusive, na hora de ir ao Habib’s com o Gabriel (que eu não via desde que ele começou a namorar), algumas pessoas cochicharam sobre mim. Teve até um cara que disse “oh, capeta”, algo assim.

Plena sensação de dever cumprido. Mesmo com a garganta ferrada. Só fiquei triste porque muitas pessoas que eu gostaria que estivessem lá, não estavam. Pessoas que disseram que iam ir. Mas tudo bem, estava feliz demais para ser abalado por isso. A apresentação que achei que ia ser a melhor desde o começo do ano, realmente foi a melhor no final das contas.

Ficando mais uma vez a reflexão de que se fosse em alguma apresentação de seminário na UFABC, capaz de tudo que eu tinha feito em cena não fosse notado. Poderia ser motivo de chacota, inclusive. Boa sensação estranha de finalmente estar no lugar certo, na hora certa.


E que venha o dia 9/12.

Nenhum comentário:

Postar um comentário