O ano era 2007. Eu e Augusto tínhamos de fazer uma redação em dupla sobre o tema "É tão misterioso o país das lágrimas". Em meio a um desespero pra fazer a redação com esse tema bizarro, escrevi o texto a seguir. Porém, ele não gostou. Mas eu achei que tava bom. Mostramos para um pessoal da sala. Eles entenderam a mensagem do texto, porém, não gostaram também. Então Augusto fez um texto 'café com leite', o suficiente para garantir uma nota razoável. E foi o que tiramos: uma nota razoável. Mas eu, indignado, resolvi mostrar meu texto para a professora de redação mesmo assim, mesmo não valendo nota. Ela leu e escreveu na folha que eu iria virar escritor. Resolvi guardar com carinho a folha. A redação que entregamos valendo nota se perdeu por aí. Não valia muita coisa mesmo. Não para mim.
É tão misterioso o país das lágrimas
- Onde estou? Quem sou eu? Por favor, não chore... eu não sinto mais dor. É apenas o meu dever.
Há dois dias:
- Que lugar estranho. Sinto cheiro de enxofre. Sinto meu peito estufado. Ouço crianças com fome, mas não as vejo. Aliás, não vejo nada. Não, ainda há algo... Uma luz? Não, é uma garotinha...
Ei, garota, pare de chorar. O que você tem?
- Fome...
- Ei, volte aqui, espere! Não me deixe só...
Ei, quem é você?
- Meu nome é Lágrima.
E o que fazes aqui, forasteira?
- Não sei, apenas me lembro do rosto dele...
- Sinto dizer, mas ele aqui não está.
- Ah, obrigada...
Um mundo de lágrimas, onde nem mesmo a Felicidade pode encontrar o Amor.
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