'Que susto eu levei quando olhei no espelho. Caralho,
como estou ficando velho!'
22 anos. Por 22 vezes a Terra deu sua volta ao redor do
Sol desde que dei meu primeiro choro de vida no bairro do Cambuci, em São
Paulo.
E pelo menos nesse último passeio do planeta ao redor de
sua estrela, a vida quis me ensinar algumas peripécias.
Me ensinou algumas diferenças entre o lado claro e o lado
escuro (entre gritos e sussurros), entre a loucura e a lucidez (entre o fim do
mundo e o fim do mês).
Tenho uma porrada de fotos e uma consequente porrada de
nostalgias a me orgulhar e lamentar desse último ano. Aprendi que a pior parte
da montanha russa é a subida, mas que descer de braços abertos torna tudo muito
mais intenso.
Aprendi que a única coisa permanente nessa vida é o
movimento. Que as pessoas vêm e vão como uma estação de trem. Que se hoje lhe
odeio, amanhã lhe tenho amor.
Que 5 minutos de insana coragem (e alguns guardanapos na
mesa de um bar), podem lhe fazer acordar a alguns 2 mil quilômetros de casa.
Aprendi que para ser feliz com uma outra pessoa, você
precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Amor que é diferente de posse
que é diferente de dependência.
Aprendi que yin e yang são coisas bem mais reais e
presentes do que a gente imagina. Uma pulseira de tristeza no pulso direito, um
anel de felicidade no dedo esquerdo. Uma sombra que acompanha todo raio de luz.
Uma busca pelo olho do furacão, pelo centro da gravidade, por um porto seguro
em meio a tempestade.
E, por outro lado, por mais que tudo às vezes deixe de
fazer completo sentido e que nada se torne visível, sempre haverá amigos e
pessoas que querem (e torcem) pelo seu bem. Essas pessoas podem estar te observando da janela de um prédio bem alto e distante ou estar exatamente debaixo do seu nariz.
Que esse 22º ciclo me traga mais experiências (boas e
ruins, porque uma coisa completa a outra), algumas centenas de fotos e muitos
enigmas a serem desvendados.
Evoé, sigam-me os bons, let it be e segura essa onda, RL!
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