domingo, 5 de janeiro de 2014

Sobre 2013, alguns débitos a pagar e acordes de violão.

Provavelmente eu precisaria de algumas centenas de horas para resumir meu último ano em um texto. Ou provavelmente precisaria de algumas centenas de páginas para atingir tal feito.

Não sei. Mas precisava escrever algo, já que há muito tempo não escrevo nada, mesmo tendo muito no qual escrever a todo tempo, a todo instante.

Terminei o ano de 2012 de forma melancólica (apesar que uma dose de melancolia com gelo de vez em quando até que tem lá seu charme), dentro de casa tentando descobrir quais caminhos deveria percorrer no ano que se iniciava.

Havia passado em um concurso público e teria de abrir mão de um dos cursos que eu fazia (ou fingia fazer) até então: Rádio e TV ou Teatro.

Pesava contra trancar Rádio e TV o fato de eu já ter aberto mão de outra faculdade antes (esse mundo louco que nos faz dar voltas e nos quase tornar economistas). Pesava contra abrir mão do Teatro minhas amizades, minhas pseudo paixões e a minha busca por auto-conhecimento que só o teatro (e boas sessões de terapia) podem nos proporcionar.

Na dúvida, segui meu coração: Iniciei meu novo emprego e segui interpretando outras vidas.

Profissionalmente não tenho o que reclamar. Mesmo que a rotina de um estabelecimento público costume tirar as cores da vida ao longo dos dias, financeiramente dei uma subida legal.

Quanto ao teatro, meu primeiro semestre me proporcionou sensações agradáveis. Trabalhamos uma peça de comédia, com toques de política. Já que minha vida é uma comédia e política faz parte de mim desde que um dia cogitei ser economista, deu tudo certo. E o que deu errado, virou risadas.

Quanto as minhas paixões... (Aaaaaaaaah, respira fundo!)

Fui beber uma água antes de iniciar essa parte.

Meu ano iniciou como sempre se inicia: eu com dúvidas (algo em torno de 238), surfando alguns karmas e rindo de como realmente não existe razão nas coisas feitas pelo coração. E ainda na dúvida se realmente temos um coração (239 dúvidas agora).

De repente me vi em uma daquelas paixões que nos fazem respirar fundo a todo momento (e tomar uns goles de água antes de iniciar qualquer coisa). E ainda ter dúvidas sobre qual o limite tênue que nos separa de amizade, paixão e amor (240 dúvidas). De repente me vi apaixonado, de repente me vi amando.

E de repente vi tudo acabar.

Se tive um primeiro semestre praticamente perfeito que me fazia ter dúvidas de que tipo de reviravolta negativa minha vida poderia ter (chega de contar as dúvidas agora), meu segundo semestre realmente trouxe tais reviravoltas negativas.

Se existe uma linha tênue que separa genialidade e loucura, essa mesma linha separa a loucura do amor. Senti isso na pele. Senti isso no meu coração. Meu personagem do segundo semestre sentiu o mesmo.

Sei exatamente que não se deve misturar ficção e vida real, mas dessa vez foi mais forte e me vi em um buraco negro impiedoso.

O lado bom disso tudo é que fortaleci minhas amizades que, por puro capricho, acabei deixando de lado.
Agradeço muito aos meus amigos e colegas que me impediram de ser engolido por mim mesmo.

E meu final de ano terminou com duas viagens. A primeira para a Praia Grande, que fez o mar me purificar de qualquer lodo de trevas que ainda estivesse em mim.

A segunda para Salvador. Que aaaaaaaaaaaah... talvez precisaria de uma vida para descrever as sensações. Ou talvez devesse guardar tudo para mim ou simplesmente para um texto mais tarde. Ou um copo d'água talvez.

Não sei, só sei que já é 2014.

Feliz ano novo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário