Todos os colegas até o momento utilizaram de linguagem argumentativo-científica para exporem seu ponto de vista sobre quem seria superior: “Ciência social ou literatura?”
Decidi, então, transferir tal explicação para o âmbito literário a fim de deixar um pouco mais democrático esse debate.
Sei que será um pouco indigesto e de difícil compreensão para os nobres colegas cientistas entenderem e compreenderem tudo que será exposto aqui, mas já fica a sugestão de que o contrário também acontece, afinal, a ciência social ou a literatura são apenas formas de linguagem dentre tantas outras que nesse mundo existem. Sem mais delongas, senta, que lá vem história:
Era uma vez, um mundo onde os conhecimentos humanos andavam e se comunicavam como pessoas comuns. A Ciência Social, com toda sua racionalidade e prestígio entre a classe dos pesquisadores e ditos intelectuais, ostentava de status e glamour, principalmente, entre os mais ricos.
Nascida em berço de ouro, assim como a Ciência Social, a Srta. Literatura era rebelde, não se adequava as regras que por tanto tempo seguiu e decidiu tomar novos rumos, conhecer novas pessoas, culturas. A Srta. Literatura, que ora seguia a racionalidade e ora não, passou a gozar de extrema popularidade por todo o mundo. Mesmo muitas vezes dizendo palavrões e pronunciando falácias.
A Ciência Social, sempre toda certinha, se sentia incomodada com o sucesso, que considerava injusto, da rebelde compatriota Literatura. Até decidiu conhecer um pouco da grande massa, formular suas teorias para outros povos, mais pobres. Mas o sucesso alcançado por essa última não foi igual.
A Ciência Social, furiosa, decide apelar para o Supremo Tribunal do Conhecimento a fim de com a sua vitória em júri, mostrar ao mundo quem era realmente superior.
No dia do julgamento, Ciência Social e Literatura, frente a frente, e milhões de pessoas ao redor do mundo apreensivas.
A Ciência Social com seus advogados de defesa apresentou seus argumentos e teorias de grandes sociólogos/filósofos/cientistas/intelectuais como Marx, Durkheim, Levy Strauss, Weber.
Assim, como todo julgamento justo que se preze, a Literatura pode se defender. Preferiu ficar calada. Ou melhor, apenas bocejou e perguntou se poderia responder com uma poesia. Não deixaram, claro.
Argumentos expostos, o juiz declara a Ciência Social superior. A Literatura, que a essa hora já estava dormindo, acorda e vai embora do julgamento que fora obrigada a participar. Saiu e foi se divertir com as pessoas, descrevendo suas emoções e relações pessoais com maestria.
A Ciência Social, mesmo vencendo o julgamento, continuou reconhecida apenas entre os que já a reconheciam superior: os cientistas. Os outros 90% do mundo não menosprezavam nem uma, nem outra, pois ambas possuíam seu papel, cada uma a seu jeito. E é exatamente por isso que a Literatura, que nunca se prendeu as regras da ABNT, trocou o mundo da racionalidade e verdade absoluta pelo mundo da liberdade e imaginação sendo que, muitas vezes, ela transita por todas as áreas: racionalidade, verdade, imaginação, ricos e pobres.
E o que aconteceu a nossa amiga Ciência Social? Hoje, ainda ela tenta meios de convencer os demais de quem é superior...
http://problemasmetodologicoscienciassociais.blogspot.com/2010/11/18-tema-13-ciencia-social-ou-literatura.html
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